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Democracia em Vertigem: uma ficção chorosa e enviesada
14/01/2020 às 19:18*Publicado originalmente em agosto de 2019
Qualquer cineasta, quando colocado diante de um roteiro que se proponha a ser um registro, ou um documentário, tem um compromisso básico e fundamental: o compromisso com os fatos.Mesmo ao colocar uma posição pessoal ou ideológica em pauta, o respeito à verdade ainda é necessário.
Quando esse compromisso é esquecido, o resultado será fatalmente uma obra de ficção.
‘Democracia em Vertigem’, o pretenso documentário aclamado pelas hordas da esquerda -não sem razão- é o caso da falta de respeito aos fatos.
Quase que por obrigação, assisti ao filme de Petra Costa.
A cineasta,numa locução arrastada e melancólica, conta sua própria história ao interpretar a história recente do Brasil.
Consegue convencer alguns de sua ingenuidade e honestidade numa visão supostamente pueril do significado de luladasilva e da queda do PT no país.
Na verdade, não vi nada de ingênuo ou honesto nessa visão enviesada e distante,muito distante dos fatos.
Deliberadamente, Petra Costa coloca o juiz Sergio Moro como 'agente treinado nos EUA’, esquece totalmente a enorme crise econômica causada pela inépcia e incompetência da desmiolada dilma roussef, e, bem pior que isso, reforça a narrativa gasta e surrada de que o homenzinho engaiolado em Curitiba é inocente e foi condenado sem provas.
Eliminando-se as firulas do pretenso documentário, isso é o que realmente sobra e fica evidente sobre o objetivo do filme: afirmar a inocência da divindade lula, vitimada por uma conspiração maligna.
Os outros personagens apenas giram ao redor dessa ideia central. Mais nada.
Asneiras não faltam.
Aécio Neves, por exemplo, é colocado ali como o responsável pelo impeachment de dilma.
Bolsonaro é apenas um títere irrelevante de forças malignas que querem levar o Brasil de volta às trevas da ditadura.
Outra enorme asneira foi o fato da cineasta retocar digitalmente uma foto onde aparece o corpo de Pedro Pomar, guerrilheiro de esquerda, eliminando as armas no chão.
O retoque, com o objetivo de limpar a barra do anjinho guerrilheiro morto, foi admitido por ela própria.
A locução chorosa em tom de lamento da cineasta, durante todo o filme, tem lá suas razões.
Democracia em Vertigem é na verdade um canto fúnebre, uma ode à queda e decadência de um criminoso e o partido político que ele criou.
E que, por mais enevoada ou enviesada que seja nossa visão, já foi tarde.
Muito tarde.
Os rastros de destruição e sujeira causados por esse homem estão aí pra todo o mundo ver.
Mas não estão nesse documentário
publicitário, artista plástico e cidadão
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