

Tem sido notável por aqui, nos últimos dez anos, a participação de não-jornalistas na discussão da vida pública brasileira.
Advogados, arquitetos, artistas, profissionais liberais e outros têm escrito, discutido e contribuído como podem para esclarecer e melhorar a situação brasileira.
Em meio a muito lixo , fake news e outras asneiras, o que se salva é uma contribuição valiosa graças à internet.
Caso de Caio Coppola, Nando Moura ou Enio Mainardi, por exemplo.
Ou de Alexandre Garcia e William Waack, jornalistas que abandonaram os veículos tradicionais de comunicação, uma exceção honrosa dentro de uma velha imprensa cheia de vícios e acostumada a manipular a opinião pública de acordo com seus interesses.
Velha imprensa que reage rancorosamente a esses novos formadores de opinião que muitas vezes os superam em audiência e visibilidade.
Reacionária e manipuladora, esses escribas tem ainda ilusões de poder sobre a informação, poder de fazer a sociedade engolir suas ‘verdades’, impondo a vontade de seus patrões e patrocinadores. Nos anos 1980, lembramos, um desconhecido político do Alagoas apareceu pela primeira vez no programa do Chacrinha.
O boneco fazia parte de uma estratégia da superpoderosa rede globo para criar artificialmente ou midiaticamente um presidente para o Brasil.
Deu certo e o boneco foi eleito. E Collor, uma praga, acabou virando presidente do país.
E outra vem por aí, o boneco inflável Luciano Hulk.
Me caiu nas mãos ontem o folhetim veja, onde esse ódio nem sempre velado que tem essa classe de ‘jornalistas’ de aluguel é bem explícito.
Numa longa matéria da semana passada sobre obscurantismo, entre fotos de nazistas queimando livros aparecem eventualmente os nomes de Bolsonaro e Trump, segundo eles uma espécie de promotores da ‘Idade das Trevas’ que vivemos hoje no Brasil e no mundo.
O texto, de fachada abrangente, não esconde em momento algum seu verdadeiro intuito: emporcalhar a imagem dos presidentes.
E não esconde seu ódio pela internet, igualmente, quando a responsabiliza quase que diretamente por essa tal ‘Idade das Trevas’.
Iluminados, os tais ‘jornalistas’ ainda tem a desfaçatez de aqui e ali, na mesma edição, enaltecerem os governos petistas do homenzinho na jaula, luladasilva , e do seu poste, a medonha dilmaroussef.
Reação natural. Os pobres dinossauros, prestes a ser extintos, também devem ter metido a boca no trombone.
Se tivessem uma emissora como a globossauro ou um panfleto como a vejassauro ou a folhassauro também os usariam para choramingar e lamentar o fim eminente.
Mas não tinham, eram inocentes, os pobres, e não há registros dessa época.
Caso bem diferente dessa imprensalha.
Que deixa seu registro.
E que é uma vergonha, como diria Casoy.
marcoangelifull
publicitário, artista plástico e cidadão
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