
DANIEL SILVEIRA 20/02/2021 A lista da vergonha
364 deputados assinaram o atestado de óbito da democracia
Com ele, devem sair cerca de 20 parlamentares
09/10/2019 às 21:52Nesta quarta (9), Bolsonaro avisou deputados e seus advogados de que deixará o PSL.
Demorou.
Estar no PSL já é desconfortável para Bolsonaro desde que a sigla foi acusada de candidaturas laranjas, que acabou com a queda do informante Gustavo Bebianno, ex chefe da Secretaria Geral.
O presidente do partido, Bívar, é investigado pela Policia Federal pelo suposto desvio de 400 mil de verba eleitoral, o que aumenta o problema.
Criado em 1998 por Bivar, o PSL nunca teve expressão política significativa.
Até 2018, quando Bolsonaro ingressou no partido e venceu as eleições para presidente.
Com essa vitória, o PSL deu um salto e se transformou na sigla mais votada de 2018.
Elegeu a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados.
Com a vitória e com Bolsonaro veio a grana.
Se em 2018 recebeu apenas 9 milhões do imoral Fundo Partidário, neste ano a cifra será a número um entre a politicalha: 110 milhões.
E a previsão é a de que receba até 500 milhões em 2020, se a politicalha corrupta conseguir aumentar a cifra como pretende.
Na verdade, o que parece estar em jogo é a grana mesmo, os 110 milhões que o PSL vai receber até o final do ano.
Em relação ao PSL, a crítica comum e recorrente é a da falta de transparência na aplicação de recursos públicos e o do autoritarismo de Luciano Bivar em sua gestão.
Escândalos como o de Maria de Lourdes Paixão, que recebeu a terceira maior verba do PSL em todo o país e teve apenas 274 votos também empurram Bolsonaro para fora.
Bolsonaro, que sempre defendeu a bandeira da ética e da transparência, exigiu isso do partido.
Mas, sob a gestão autoritária de Bivar e sem a promoção de eleições democráticas para mudança de estatuto ou escolha de dirigentes, o conflito era inevitável.
E parece ter chegado ao fim, com a saída de Bolsonaro.
Com ele, devem sair cerca de 20 parlamentares.
Eduardo Bolsonaro e Flávio Bolsonaro são os primeiros, seguidos pela ala fiel ao presidente, como o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo, Bia Kicis, Carla Zambelli, Hélio Negão e Bibo Nunes.
Esse é o problema a ser enfrentado por eles: a desfiliação partidária e suas consequências junto ao TSE, que pode incluir perda de mandato.
Seja como for, a saída é positiva para Bolsonaro.
Para o PSL, turbinado única e exclusivamente agarrado à imagem do presidente, nem tanto.
Mas tem seu consolo.
Afinal, vai embolsar feliz a grana imoral do Fundo Partidário.
Como muitos, surfou enquanto pôde na onda Bolsonaro.
Que aproveite.
Sem Bolsonaro, em breve vai retornar à suas origens.
publicitário, artista plástico e cidadão
Comentários